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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Cifrão

A chuva e o vento atordoavam o velho banguela. A porta tava aberta, gente à revelia. Cambaleando, exalava cachaça barata.
_Veja, meu povo. É a obra do capeta nesse senhor.
_Cambeta é a rapariga que lhe pariu, mauricinho de merda. E senhor é um camarada que tá longe desse lugar vazio, dizia arreganhando as gengivas.
_Irmão, dou-lhe o terno que me cobre, em nome do Senhor. Aleluia!!!!
Gargalhando e atirando moeda no chão, o maltrapilho então vira pra morena tentação e anuncia que o melhor da vida se faz é pelado

3 comentários:

  1. Que ápice!
    Mas para chegar a este ápice tivemos que identificar as mazelas humanas. No ser humano tudo é barato, banguela, e deus é "solução" para pessoas encontrarem outras coisas, menos o essencial!

    Abração do Burgão, desta vez não estupefacto com sua escrita, mas sentindo a realidade destas pessoas que estão por aí...na igreja ou nas ruas.

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  2. Vejo mais um evangélico esteriotipado, que se acha capaz de julgar um indivíduo, se achando o filho predileto do Pai, senão o próprio na Terra. Arrogantes, superficiais e preconceituosos como só eles conseguem ser.



    Já do outro lado, um senhor comum. Sem muitas oportunidades na vida até para que pudesse acreditar num deus, mas com uma felicidade profana, vinda de sua simplicidade nata. Sem hipocrisia, sem convenções...



    Opostos. Representariam o bem e o mal, habilidosamente mascarados, para que um possa se passar pelo outro numa análise mais rasa. Adorei.



    E aí, professor, quanto tirei? A Jane do ginásio ia ter orgulho de mim? rs

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