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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Clichê Caipira

Ao Cordel

Nasci na região do São Francisco, rio suntuoso, comendo em cuia. Mainha lavava roupa pra fora mas deixou a gente muito cedo, o que obrigou o pai a cuidar da ninhada sozinho. Aboiava em chuva e seco, noite e sol fervente, pra encher a barriga da gente. Mais novo que fui, tive oportunidade de ir pra capital com o Padrinho e me apeguei nos estudos. Ganhei bolsa em escola boa e conheci cambada adinheirada. Papai veio me ver quando ainda tava na faculdade e morri de vergonha da Aninha e dos colegas verem ele; sujo, magrelo, barbudo, cheirando a luta. Já era juiz na época em que ele tava no hospital e nem deu tempo de fazer o último pedido:
_ Oh Painho, ensina eu a ser matuto?

domingo, 19 de setembro de 2010

Loira Gelada


E o gelo choca
Com o calor do lábio,
As papilas a acolhem,
Mãe saudosa

E seu tráfico fluido
Abranda o medo, arrepia,
Costado de rio,

A vertigem rodopia boa,
Sentencia em si e a gula pula.
Todas as ninfas se transbordam,
Escorrem
Seus lábios me encharcam em off

E o círculo gira afoito
Permanece certo,
Engodo matinal

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Lei da Palmada

Cresci memo é nessas banda de cerrado aqui pros lado do Engenho. Companhia tinha nenhuma não, só essas parede de morro que danava de espiar a gente. Paulinho meu é o mais novo e com as melhoria de hoje, inclinou pros estudo. Dia que gritou com a mãe dele, sapequei-lhe as popa, mas danou de reclamar de mim. Veio gente da escola e dos governo dizer desaforo, que eu na qualidade de pai num podia corrigir Paulinho não. Coça memo ele tomou foi agora com barba na cara. Mas do soldado ninguém reclama não.