Que me perdoem os clichês
Um time de guerreiros e competentes soldados foi-se montando sobre a batuta de um comandante dito como gracioso e lutador, vencedor, digno de toda minha história, uma história em preto e branco. Ainda neste primeiro semestre, vi-me perder através de mais um clássico, talvez pela ânsia de se mostrar o óbvio, os guerreiros sucumbiram perante soldados artificiosos e banais, como de praxe se usa o outro lado da lagoa. Ainda sim houve tempo para em duas partidas executarmos o segundo lugar do estado, Ipatinga se envergonhou de se assistir perante nossos guerreiros, guerreiros em preto e branco, suando amor e ódio nas arquibancadas. O guerreiro-mor, Marques Batista de Abreu, dentro do campo de guerra, despede-se com honra, balançando as redes e comemorando conosco, a nação maior do futebol. Fomos campeões mineiros, o maior vencedor de todos os tempos.
Segundo semestre foi de provações, o comandante não estava para o comando, as atenções se voltavam para ele, para o lustre caprichoso do senhor Luxemburgo e eu, senhores, via-me caindo pela tabela e ocupando lugares de mim desconhecidos e parcamente freqüentados em momentos de crise intensa. Enquanto isso, o rival mordido por perder mais uma vez a Libertadores (competição que reverencia como nenhum outro, estranhamente talvez por autocomprovação), escalava a tabela, alcançando lugar que dele não faz parte, a primeira colocação do campeonato nacional, imaginem que ironia.
Diante de um Fluminense forte, enfim o comando falso, fraco e estranho deixou o campo diante de uma sonora goleada. Sofri, como sofri por estes 5 x 0. O rival azul ostentava-se orgulhoso e cheio de pose, como lhe é de costume, caçoando daquele a quem deve respeito. Toda arrogância será castigada!
Dorival Júnior assume o comando, Renan Oliveira, Renan Ribeiro, Réver, Tardelli e Werley batem no peito a responsabilidade e fazem de cada jogo uma vida. O homem-gol, Obina acaba por destruir a raposa em jogo difícil, pois além de pecarmos por nossos próprios erros, ainda existentes, só vencemos por única competência, pois a arbitragem não ocultou sua tendência azul. “Monte de mijo” erra pênalti inexistente, a vergonha já tirava forças daquele que não a merece.
Daí em diante, desconfiaram do título e como já esperado, saímos do rebaixamento de cabeça erguida, não tendo de perder para o adversário do rival, Coríntians. Vencemos e bonito, mesmo deixando a liderança para o gentio azul – sabíamos que o posto a eles não pertencia. Também sabíamos que aquela derrota de 5x0 para o Flu serviu para mostrar ao rival que de campeão nada possui, que era preciso perder para que Luxa saísse, desse lugar ao Dorival, para que conquistássemos pelo menos a vaga sulamericana e ainda de quebra tirando esta do fraco exército rubro-negro, pelo Luxa comandado.
Neste final de temporada, não me afogo nas lágrimas e desculpas azuis, pois desta influenza já estou vacinado. Cruzeiro não ganha o título, que vai para o Fluminense, em uma diferença de 2 pontos que poderia não existir, caso deste não perdêssemos, conquistamos ao menos a vaga da sulamericana e apesar do Luxa, não rondamos mais o rebaixamento. É assim que se elimina um rival e não perdendo desonrosamente.
Amor, Giu, verdadeiro e sagrado, só ao Galo!
ResponderExcluirComo disse o Douglas: não sei porque existem viciados num mundo onde tem mulher, cerveja, praia e o Galo.
Boa retrospectiva. Com olhar e sentimento de torcedor, revelou o que houve com o CAM em 2010.
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