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domingo, 27 de junho de 2010

Causo Medonho


A Mário Palmério e a todo matuto que se mete com leitura


No curral os aciprestes denunciavam o desassossego e a nelorada olhava comprido pro meio da moita. Era a preciosa, temida, procurada. Cobra-monstro. Verdade a gente só sabe mesmo é quando vê; buliçosa, roliça que nem pneu liso. Diz Paulinho Paiva que teve caso até de carregar menino em beirada de rio. Marrucão Granola foi par pra ela não. Na labuta de perna, bichão enroscou que nem visgo em asa de Sanhaço. Um buazão grosso deu fim na cena triste e o Confins ficou mais abatido nesse dia.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Represados

Depois que a usina veio pra cá, papai pegou mais peixe não. Ficava brabo como o demo e a mamãe falava em mudar pra cidade. O velho dizia que prá lá num voltava não. O que o governo faz num tem volta. O rio mundão parou, estancou, represou, que nem a vida da gente. Na última vez que o papai foi pescar, demorou mais que de costume. Fui procurar ele no rio. O chapéu do papai veio à margem despedir de mim.