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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Terceridade


No andar abaixo de onde moro, reside numa espécie de pensão de terceira uma senhora com os olhos tristes, quase dominicais. O peso da inércia só não a martirizava mais que a revolta abandono que a coitada ruminava impassível. Uma TV fora instalada naquela colônia do ócio e vinha sendo a humilhante distração daquela mulher de terceira, que à mercê da programação aberta, programava-se, entregava-se ao deprimente silêncio do objeto ligado. Enxugava gelo. Prédio sem luz dois dias e a velha mascava pescando melancolia. Nestes dias, inexplicavelmente desci de casa mais feliz.

5 comentários:

  1. Deus me livre! Quero morrer cedo... antes de começar a tomar qualquer remédio que não possa se misturar com bebidas alcoólicas! rs

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  2. Gostei! A receita é, prá ficar feliz, observe alguém em pior situação...rsrsrs...

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  3. Pra mim são dois solitários...
    "Inexplicavelmente desci de casa mais feliz...", assusta um pouco....

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  4. Que coisa!confirmando ainda mais : "a solidão é fera, é amiga das horas, prima irmã do tempo..."
    Abração do Burgão!

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  5. Não gostei do início mas o desfecho e o título são pra lá de sugestíveis. O poetinha tá amadurecendo e quem diria: em prosa.

    Beijinhos da Aninha

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