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sábado, 30 de julho de 2011

Meretrizes

Cresceram juntas Joana e Clara na mesma rua; filhas de pais humildes, frequentaram os anos iniciais na mesma escolinha. Foi quando Clara ganhou bolsa de colégio bom por vencer concurso de dança. Menina linda como ela não podia ficar ali. Não visitou Joana nem quando ela perdeu a mãe, viúva. Clara tinha amiguinha nova, passava na rua indiferente balançando a crina verde e cheia de cheiros. Joana conhecera a vida fácil e tingia a parca beleza com a cosmética do ofício. Depois de adulta, viu Clara casada com um velho rico. Quis cumprimentar o filhinho da Clara, que, azedo, chamou-a de algo estranho. Ficou chateada a Joana até a colega de luta lhe cochichar que meretriz era quem trocava o corpo por bem material. Joana então gargalhou em direção à Clara.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Bucovisquiando

O rádio diz que são horas, denunciam madrugada inacabada e o gosto pobre do seu hálito se despede como quem despede a própria sorte. Vejo o cheiro do seu passo se entrelaçar por entre bares, clemente a outros pares de abusos. Seres como que não seres rifam seu desgosto torpe. São mecenas do abismo. Tapetes sujos, a cozinha em caos etéreo e eu eterno, debatendo-me com minha própria tatuagem.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

do Café

...dizem do café com letras, temperado a requinte, queimando impropérios em seu despoder legítimo, cortês. Café é bebida sóbria, de gente com fome, apetite diferente, desses que não doem no corpo, dor que não se espalha em mente. Café é pra mor de sustento outro, formação de prosa. Café não se lê sem fé, não se sorve sem letra.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Meretrizes

Cresceram juntas Joana e Clara na mesma rua; filhas de pais humildes, frequentaram os anos iniciais na mesma escolinha. Foi quando Clara ganhou bolsa de colégio bom por vencer concurso de dança. Menina linda como ela não podia ficar ali. Não visitou Joana nem quando ela perdeu a mãe, viúva. Clara tinha amiguinha nova, passava na rua indiferente balançando a crina verde e cheia de cheiros. Joana conhecera a vida fácil e tingia a parca beleza com a cosmética do ofício. Depois de adulta, viu Clara casada com um velho rico. Quis cumprimentar o filhinho da Clara, que, azedo, chamou-a de algo estranho. Ficou chateada a Joana até a colega de luta lhe cochichar que meretriz era quem trocava o corpo por bem material. Joana então gargalhou em direção à Clara.